
B-2 Spirit é um bombardeiro estratégico furtivo e é considerado o bombardeiro mais temido do mundo desenvolvido pela Northrop Grumman. Ele carrega até 40 toneladas de bombas sejam convencionais ou nucleares com precisão cirúrgica.
A concepção do projeto remonta ao final da década de 1970, quando os Estados Unidos decidiram investir intensamente no desenvolvimento de um bombardeiro capaz de atravessar as defesas soviéticas com discrição absoluta. O resultado foi um programa altamente sigiloso, que permaneceu em segredo até sua revelação pública em 1988.
A primeira unidade voou em 1989, e sua capacidade operacional plena só foi oficialmente declarada em 1997 — um reflexo claro de que inovações dessa magnitude exigem tempo, confidencialidade e um orçamento significativo, frequentemente omitido dos discursos públicos.
O custo unitário estimado do B-2 Spirit é de aproximadamente 737 milhões de dólares. No entanto, ao considerar os investimentos em pesquisa, desenvolvimento, infraestrutura de apoio, manutenção e demais recursos necessários para manter essa aeronave furtiva operando, o valor total por unidade ultrapassa a marca de 2 bilhões de dólares. Em outras palavras, trata-se de um ativo equivalente ao orçamento anual de um país de médio porte, cruzando os céus em modo invisível ao radar.

A operação do B-2 também apresenta custos substanciais: estima-se que cada hora de voo demande cerca de 135 mil dólares. Além disso, a aeronave exige hangares climatizados, manutenção minuciosa e até mesmo tinta especial para preservar sua capacidade furtiva — comparável à manutenção de um carro esportivo de altíssimo padrão, com a diferença de que o B-2 pode transportar armamento nuclear.
O plano inicial previa a produção de 132 unidades. No entanto, diante do elevado custo, o Congresso norte-americano decidiu reduzir esse número para apenas 21 aeronaves. Atualmente, 19 delas permanecem em operação. Uma foi perdida em um acidente na base aérea de Guam, em 2008, e outra foi retirada de serviço após um incidente ocorrido em 2022.
Durante o conflito nos Bálcãs, em 1999, o B-2 desempenhou um papel estratégico crucial: foi responsável por 33% dos alvos destruídos nas oito primeiras semanas da operação, realizando voos diretos dos Estados Unidos à Sérvia, com reabastecimento aéreo ao longo do trajeto.
Os B-2 ficam concentrados na base de Whiteman, a 115 km de Kansas City. A base aérea fica em uma região central dos Estados Unidos para que possa chegar em um tempo razoável tanto à Costa Leste quanto à Costa Oeste do país.
No entanto, isso faz com que os bombardeiros fiquem baseados ainda mais longe dos seus alvos. O B-2 pode voar mais de 11 mil km sem reabastecimento. Além disso, é preciso garantir que os tripulantes se alimentem, e até façam suas necessidades, se preciso, durante as missões, que podem durar até 40 horas.

Os B-2 são equipados com um forno de micro-ondas na cabine para que o comandante da missão e o piloto não passem fome. O jornalista também descreveu que existe “uma espécie de banheiro químico” — além de equipamentos como urinol masculino, feminino e até uma espécie de fralda no equipamento de cada ocupante.
Eles também podem dormir, um de cada vez, em um espaço atrás dos assentos, estendendo um saco de dormir em um colchão inflável.
Mesmo após mais de três décadas de serviço, o B-2 continua sendo um ativo relevante da aviação militar. A aeronave vem passando por sucessivas modernizações, incluindo a incorporação de um radar AESA de última geração, avanços em aviônicos, aprimoramentos na conectividade e maior integração com armamentos modernos. Ainda assim, seu sucessor já está em desenvolvimento: o B-21 Raider, projetado para manter a supremacia em furtividade, com maior eficiência operacional e custos reduzidos.
